quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Bá.


Mais um, mais dois , mais três. Sem a passagem, a verdadeira.
Finalmente encontrei algo que me aquece-se os pés!!
Não é um galifão não, são uns chinelos que o Vicente roeu, mas que são Bestiais!
Mais seis, Mais sete, mais oito ,mais nove, mais dez…
Lá ia ela a choramingar pelo túnel do amor, aquele onde a tinham violada e insensivelmente colocada ao pé dele.
Ele tinha cabelo encaracolado, olhar meigo, queixo com uma covinha e alguma barba.
Ele já tinha 22 anos, não parecia , mas tinha.
Colocou-lhe um feijão na barriga que se transformou num bebé feio .
Era a vigésima vez que ela tinha passado por lá, possuído pela cocaína ele só a viu daquela vez.
No primeiro mês era fácil, não se via e a semente mal mexia, depois ela cresceu e virou-a do avesso, crescia, crescia e ela não sabia.
Ela que era defensora do Fado, mas nem ele a tirou do Barco Negro.
As velhas da praia são LOUCAS, disse uma amiga que já as conhecia , elas estavam sempre a dizer que ele tinha Sida, aquele bicho feio, azul, amarelo, cinzento.
Nem a covinha no queixo e o olhar curioso o salvaram, nem o nome Salvador o tirou daquele fadário.
Os olhos dela cheios de raiva e rancor, cansada daquela cruz que a conduziu ao estado de pura flacidez.

O corpo cansado de tanto fadário matou-o ao dar um sinal de vida.

1 comentário:

as velas ardem ate ao fim disse...

Eu adoro as tuas historias!

um bjo