sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ritual.

Andei, andei como todas as sextas feiras , passei pela senhora que cheirava a naftalina até ao pescoço.
Catrapisquei o rapaz do costume , passei pela montra das calças que põem o rabiosque para cima. Corri para o mendigo pus-lhe uma moeda na boina e ofereci-lhe o meu bolo de arroz .
Passei pela Moisés ,e mais uma vez ,não consegui fazer o furo na orelha.
Vi uns namoradinhos na troca de carícias e beijos linguarudos que empatavam o trânsito e que me arrepiavam, o que fazia com que eu idealizasse beijos e carícias.
Afinal, não há nada para idealizar, é só um contacto labial que arrepia ou não.
Não sei , nem me esforço para saber se dói ,se arrepia se o coração começa a bater, se os intestinos mudam de sitio, se os seios aumentam ou diminuem.
Á medida que ia andando os seios aumentavam ,parecia que iam rebentar a qualquer momento, ainda por cima tinha-me esquecido do espalmador de seios.
O rabo cambaleava ,docemente, os olhos esperavam cansados ,pelo João Pestana, o cabelo já dava sinais de uma certa oleosidade.



Cheguei.

2 comentários:

Anónimo disse...

Este texto está óptimo.

Matilde Cê disse...

Chegaste e eu dei-te um abraço bem quente e apertado. []

(foi normal)
Tu, estás bem?
adoro-te minha Catarina.